domingo, 31 de outubro de 2021

Book Trailer: O Hospital Psiquiátrico

Este book trailer foi feito tendo em mente um romance que escrevi.
Não foi muito fácil abstrair-me do enredo como um todo, usar elementos que fossem apelativos e sedutores ao leitor, fiéis ao texto e que, ao mesmo tempo, não entregassem a estória.



sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Braço de Prata



A traição a Kafka

 Um interessante artigo hoje (29/10) aqui.


E na capa de hoje do Público (e do suplemento ípsilon) o lançamento mundial simultâneo do último livro do autor norteamericano Jonathan Franzen. Li um romance, apreciei, vi uma palestra na FLAD, gostei – mas será mesmo um 'acontecimento literário' galáctico?
A tradução para português já está a caminho. Como o sei? Porque sei que, se saiu no NYT de hoje, já está a caminho.

E agora o Booker:






A questão aqui não é se a cena editorial anglo-saxónica é mais importante que a portuguesa. Ou, até, se a quantidade de livros com qualidade é superior – é. A questão é de grau: em Inglaterra e nos EUA noticiam sequer o vencedor do prêmio Planeta, aqui na nossa vizinha (e editorialmente poderosa) Espanha? No New York Times noticiam a shortlist do Prix Goncourt? 









quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Autores. Editores. Livreiros. Em primeira pessoa. Braço das Artes levanta se este fim de semana em Lisboa.

Três dias de palavras e sons num novo festival cheio de livros

Braço das Artes lança-se em Lisboa

com homenagem a Luísa Costa Gomes

Sexta-sábado-domingo. O Braço das Artes vai munir-se de palavras e sons, com os livros como elo de ligação entre pessoas, ideias e textos. Um festival que se estreia em Lisboa para ocupar durante três dias, de 29 a 31 deste mês, os diversos espaços da Fábrica do Braço do Prata, em Marvila. A abrir com a homenagem que faltava às quatro décadas de vida literária de Luísa Costa Gomes.

É a escritora convidada para levantar o Braço das Artes, tendo como mote os 40 anos em que marcou o panorama literário, com contos, romances e peças de teatro. Mais do que apenas uma celebração da sua obra premiada e reconhecida, Luísa Costa Gomes vem à Fábrica do Braço de Prata para falar sobre as cumplicidades entre registos diferentes no seu percurso, com o ator Paulo Matos e o ensaísta e dramaturgo Abel Barros Baptista.



Começa assim uma série de conversas, moderadas por João Morales e Nuno Nabais, com autores de diversas áreas, reunidos em registos confessionais, no sábado e domingo. Mas também com espaço para ouvir livreiros independentes que se lançaram na edição. E abordar o universo do livro com os editores Manuel Fonseca (Guerra e Paz), João Rodrigues (Sextante) e Manuel de Freitas (fundador da 2020, que recentemente se fundiu com a Penguin Random House).



Este Braço de Artes, de entrada livre, vai contar com uma sessão de leituras de poesia, já no domingo, mas antes há tempo para a partilha de experiências de quem se refugiou da pandemia usando a escrita, ou o desenho, como forma de refúgio, agora feito obra impressa / ou a ser lançada em breve, caso do livro de ilustrações de Nuno Saraiva.



Aos convidados que têm coisas para dizer junta-se uma feira do livro a chamar a atenção para as obras em destaque e para outras das editoras presentes neste festival. E ainda os concertos com propostas musicais distintas. A ponte entre os sons da palavra e da música começa com um recital de Júlio Resende, mas depois tem momentos para evocar Chet Baker, ou ouvir obras de Ravel e Falla, cantadas por Laura Alves, com Filipe Gaia Pereira (piano). 



Esta é mais uma iniciativa da Fábrica do Braço de Prata, que se tem afirmado na cidade de Lisboa como um centro cultural aglutinador de diferentes artistas e estilos, servindo de palco a uma constante presença de pensadores e criadores que questionam e debatem a realidade que nos circunda. 



O lançamento do Braço das Artes insere-se nesta linha, conjugando o convívio e a fruição de momentos culturais com a percepção de que é fundamental aliar as artes à intervenção e à cidadania. A seguir a este festival, a Fábrica de Braço de Prata vai acolher a Mostra Espanha, que regressa já a 5 de novembro, com um programa promovido pelo Ministério da Cultura do país vizinho. 



Braço das Artes

PROGRAMA

(entrada livre, até ao limite da lotação disponível)


29 DE OUTUBRO – sexta-feira

 

18h00 – Abertura 

sala Nietzsche 

 

18h30 – Luísa Costa Gomes: 40 Anos de Vida Literária 

Luísa Costa Gomes, Paulo Matos, Abel Barros Baptista 

Moderação: João Morales

sala Nietzsche 

 

19h30 – Poesia em 2021: dois protagonistas 

Apresentação de Barcelona (António Manuel Venda) e Ao Rubro (Luís Filipe Sarmento) 

Moderação: João Morales

sala Nietzsche 

 

20h30 – Os livreiros também publicam 

Livraria/editora Snob

sala Eduardo Prado Coelho 

 

21h30 – Concerto – Júlio Resende 

sala Nietzsche 

 

30 DE OUTUBRO sábado

 

17h30 – Confissões numa esplanada de outono (título descaradamente roubado a Mário Viegas) 

Paula Cordeiro, Margarida Azevedo, Ana Cássia Rebelo, Filipe Lopes 

Moderação: João Morales

tenda Espinosa 

 

19h00 – Retidos para averiguações: registos do confinamento 

Nuno Saraiva, Miguel Oliveira da Silva, Paulo Guinote 

Moderação: João Morales

sala Eduardo Prado Coelho 

 

20h30 – Os livreiros também publicam 

Livraria/editora Tigre de Papel 

sala Eduardo Prado Coelho 

 

21h30 – Recital: canções populares por Ravel e Falla 

Laura Alves (voz) e Filipe Gaia Pereira (piano) 

sala Nietzsche 

 

23h00 – Concerto — Marco Oliveira, Ricardo Parreira e Yami 

sala Nietzsche 

 

31 DE OUTUBRO domingo

 

16h00 – Quem faz um livro, fá-lo por gosto 

Manuel Fonseca, João Rodrigues, Manuel de Freitas

Moderação: João Morales 

sala Eduardo Prado Coelho 

 

17h00 – Chet Baker: Como se eu Tivesse Asas 

À conversa com Vasco Santos 

Condução: João Morales

sala Eduardo Prado Coelho 

 

18h00 – O livro: modo de usar 

Vasco Santos, Luís Osório, Nuno Nabais 

Moderação: João Morales 

sala Eduardo Prado Coelho 

 

19h00 – O Urutau pousou na Fábrica 

(leitura de poesia, em parceria com a editora Urutau) 

Elisa Scarpa, Manuel Almeida Freire, Pedro Loureiro, Gilda Nunes Barata, Pedro Morcego, Luciana Soares

sala Eduardo Prado Coelho 

 

21h00 – Cidades do Sol 

Conversa com Paulo Moura 

Condução: Nuno Nabais

sala Eduardo Prado Coelho 

 

22h00 – Concerto — Júlio Resende & Chet Baker’s Friends 

sala Nietzsche

 





contactos / info 

António Ramos 

919847690



Crise energética afeta o setor editorial

 Boa tarde!

Podem ter acesso a este artigo exclusivo se forem assinantes do Público (não é o meu caso). Parece-me de enorme pertinência. Depois da crise no setor provocada pela pandemia (ainda em recuperação), avizinha-se um novo período mais complicado, desta vez provocado por uma crise energética.



Ate já!

Patrícia Fernandes

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Bibliotecas de Cascais disponibilizam acesso gratuito a mais de 7000 periódicos nacionais e estrangeiros

Boa tarde a todos!

A Rede de Bibliotecas Municipais de Cascais disponibiliza, desde dia 15 de outubro,  o acesso gratuito e online a milhares de publicações de jornais de todo o mundo. O acesso é feito através da plataforma Press Reader. Para tal, basta aceder ao Wifi das bibliotecas. Para detentores do cartão de leitor, é possível aceder remotamente. 

Achei interessante partilhar esta novidade, tendo em conta a possibilidade de mais algum de vocês viver também em Cascais. 


Para mais informações, podem clicar na seguinte ligação:

Bibliotecas de Cascais disponibilizam acesso gratuito a mais de 7000 periódicos nacionais e estrangeiros | Cascais Cultura


Até breve!

Patrícia Fernandes


terça-feira, 26 de outubro de 2021

Boicote na Feira do Livro de Frankfurt

 Olá a todos! Muitos de vocês já devem saber desta situação que se passou há uns dias na Feira do Livro de Frankfurt. 

https://www.washingtonpost.com/world/2021/10/20/frankfurt-book-fair-far-right/ 

https://www.wort.lu/pt/mundo/escritora-boicota-feira-do-livro-de-frankfurt-devido-a-presenca-da-extrema-direita-617694f1de135b9236a1e09a

Eu só vi ontem que se tinha passado, e quem em 2017 também aconteceu o mesmo e, de facto, com a emergência da extrema-direita por todo o mundo, é um tópico que pode dar azo a vários argumentos. Como (ainda) não conheço o mundo editorial a um nível muito profundo, gostava de saber qual a vossa opinião.

Resto de uma incrível semana!

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Fases de Produção de um Livro

Boa tarde, 

Vim aqui partilhar o meu exercício sobre as fases de produção de um livro. Para este exercício, tentei conjugar as minhas ideias sobre o assunto, complementando com alguma pesquisa da Internet. 


1. Pré-Produção
  • Receção do original;
  • Análise de conteúdo (previsão do número de vendas, perceber se o conteúdo se enquadra no “estilo” da editora);
  • Pré-levantamento dos custos de produção da obra;
  • Contrato;
  • Revisão do texto;
  • Edição;
  • Possível tradução;
  • Criação da capa;
  • Pedido de registo e de ISBN;
  • Campanhas de marketing e pré-venda.

2. Produção
  • Contrato com a Gráfica;
  • Envio do livro para a gráfica, com número de tiragem e indicações sobre a capa, a estrutura e a paginação;
  • Impressão;
  • Resolução de eventuais problemas gráficos ou de impressão;
  • Impressão do produto final;
  • Organização e planeamento da distribuição do livro nas livrarias/lojas.

3. Pós-produção
  • Distribuição do livro pelas livrarias e outras lojas;
  • Venda em lojas físicas, lojas online e encomendas; 
  • Publicidade e marketing;
  • Conferências e entrevistas de lançamento do livro;
  • Sessões de autógrafos e sessões de leitura;
  • Acompanhamento do livro no mercado.

Boa semana a todos! 

sábado, 23 de outubro de 2021

Sumário ainda em esboço aula 4 (Tópicos), 21/10

O vídeo sobre o editor Gordona Lish que mostrei na aula antes do intervalo estava há uma semana neste blog....


Jogo Quem quer ir a Tóquio? A velha questão do «'Não tenho dinheiro/tempo/moro em Jassamá».

Uma das mais icónicas capas de discos (do tempo em que as capas dos LP em vinil eram importantes) é estupidamente simples. 



E o líder da banda (aliás, o único intelectual) tem uma autobiografia que recomendo cujo título é Anger is an energy. 


«Arrumarmos» bem as tarefas – pré-produção, produção, pós-produção – ajuda a trabalhar, como um storyboard a um filme. Não é preciso sermos rígidos, aliás nem sequer é possível, pois esta área está em permanente convulsão e movimento. As gavetas conceptuais ajudam a pensar – mas, se começarmos a endeusá-las, desajudam e até podem sufocar. 

O storyboard é importante para um filme porque é a fase onde, sem dinheiro (para além de tempo e salários, folhas de papel e canetas), podemos pré.parar o filme para a fase mesmo dispendiosa: câmaras, cenários, intérpretes, figurantes, cenário, decoração, aluguer de espaços (públicos ou armazéns), segurança, serviço de refeições, figurinos, assistentes, técnicos, seguranças etc.


Frases que ajudam a entender: «O editor é um representante do leitor junto do autor; e um advogado do autor junto do leitor.»

Nunca é demais sublinhar: a nossa cabeça lança vários barcos ao mar. É uma armada, um enxame, mais do que uma linha. A escrita é linear – esse é o trabalho editorial, de auto-edição e edição. Mas um rascunho segue o nosso pensamento, e nós nem sempre funcionamos limpinho: «Agora escrevo o capítulo um, depois o dois...» Daí a utilidade dos pontos: 2.1, 4.6... E de visualizarmos logo onde, no texto, vamos colocar esta ideia que acabámos de rabiscar. 

A quem se interessar pelo caso Sally Rooney/língua hebraica pode ver (entre muitas outras, é um caso com repercussão mundial) esta ligação.

Caso pessoal: fiz, a quente, um rascunho de uma ideia. Na verdade, não uma ideia, mais uma irritação, motivada por um comportamento que desaprovou nos meus concidadãos. Depois, foi fácil acrescentar mais entradas. Postei no FB e depois, em pânico porque a ideia era mesmo boa, perguntei ao JL se estavam interessados. Publicaram o rascunho e eu fiquei aliviado – publicada num jornal, a coisa estava mais protegida. (Isso não impediu que, por umas horas, quando enfim publiquei em livro em 2019, uma velha antipatia insinuasse que eu estava a plagiar um dos livros sobre o tema que, entretanto, estavam sendo publicados, pois entretanto a palavra fascismo voltou a estar na moda.) Isto dito, nunca me foi tão fácil escrever um livro, ao usar cada entrada como título de verbete. Ainda por cima um que teve sucesso comercial. Razão tinha John Lydon: a fúria é uma energia – e por vezes até maningue lucrativa.
 






quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Fases de produção de um livro

Olá a todos, 

Aqui está o que eu tinha pensado relativamente às fases de produção do livro (também com alguma pesquisa), alguns pontos coincidem com os falados em aula outros nem tanto. 


  • Pré-produção
    • Receber o original;
    • Análise do manuscrito;
    • Acordo/Contrato com o autor (contrato de uso dos direitos autorais);
    • Tradução do livro (caso necessário);
    • Definição do público-alvo;
    • Leitura BETA:  o escritor seleciona leitores que tenham as características do seu público-alvo para lerem a primeira versão do seu original. Os leitores tecem as suas opiniões e o escritor revê todo o seu texto com base nelas;
    • Previsão orçamental e definição da tiragem futura;
    • Pedido de registo e do código ISBN junto da Biblioteca Nacional.

  • Produção
    • Negociações com o autor devido a alterações que o editor considere necessárias;
    • Revisão do livro e correção ortográfica (mais do que uma);
    • Paginação e design; 
    • Produção da capa do livro;
    • Avaliação de teor e aparência;
    • Prova de impressão e correção de erros;
    • Envio para a gráfica para tiragem em série;
    • Impressão e acompanhamento gráfico;
    • Acabamento.

  • Pós-Produção
    • Embalagem e entrega;
    • Divulgação e negociação do livro com os distribuidores;
    • Festa de lançamento;
    • Marketing e publicidade;
    • Sessões de autógrafos.



Fases de produção de um livro

 Ao fazer este exercício, eu imaginei um autor português já publicado, daí que possam existir aqui algumas lacunas (não me perguntem porquê desta minha ideia pré-feita, nem eu própria sei):

Pré-produção:

·       Discussão de ideias com o autor

·       Receção dos rascunhos iniciais

·       Campanhas de pré-venda

 

 

Produção:

·       Edição do livro já completo

·       Discussão com o designer sobre a capa

·       Acordos com a gráfica para a impressão

 

Pós-produção:

·       Campanhas de assinaturas

·       Sessões de lançamento com o autor

·       Publicidade nas redes sociais


Exercício sobre o processo de produção de um livro

Boa tarde,

Aqui fica a minha resposta ao exercício sobre as etapas que penso que sejam necessárias no processo de produção de um livro, nas suas 3 fases (pré-produção, produção e pós-produção).

O que acrescentam?


Pré-produção

Selecção e leitura do original ( ter em conta a pertinência para a editora)

Análise do conteúdo (se há ajustes a fazer, etc.)

Contrato entre autor e editora

 

Produção

Preparação de texto (apontar as falhas mais óbvias)

Tradução (se necessária)

Revisão de texto

Edição (paginação, escolha de fontes, etc.)

Design de capa

Primeira impressão de teste

Revisão dessa impressão

Eventual correção

Tiragem do livro

 

Pós-produção

Distribuição para livrarias

Campanha de marketing

Prémios literários - Camões e White Ravens 2021

Olá a todos,

Viram o prémio Camões deste ano? Achei interessante a atribuição, a propósito de estereótipos falados em aula. Acho positivo que este ano tenha ido para uma escritora moçambicana.

https://www.publico.pt/2021/10/20/culturaipsilon/noticia/premio-camoes-escritora-paulina-chiziane-1981826


E os livros portugueses infantis na seleção dos melhores este ano? Foram escolhidos 2 portugueses e ainda 3 de produção brasileira. Serão apresentados na Feira de Frankfurt este mês.

https://www.noticiasaominuto.com/cultura/1851196/livros-portugueses-para-criancas-na-selecao-white-ravens-dos-melhores





Exercício Capa e Contracapa

 Olá a todos! Vem um bocadinho em cima da hora mas aqui está a capa e contracapa que escolhi fazer para o exercício proposto. Escolhi este livro porque li-o para uma cadeira na licenciatura e reparei que a edição portuguesa não lhe fazia grande justiça. Tive algumas dificuldades a escrever a sinopse e a biografia da autora. A ilustração que usei para a capa é desenhada por Martha R. Ford e foi retirada de um site de fan art que encontrei. 










quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Curiosidade sobre capas

Olá. Ontem no Instagram vi estes stories de uma escritora que comecei a seguir recentemente e achei relevante partilhar tendo em conta o que falámos na última aula. 

Acontece-me algumas vezes estar à espera que certos livros sejam publicados em Portugal e mais tarde reparar que quando são as suas capas são diferentes das originais (e muitas vezes não tão bonitas e apelativas). Tenho então a curiosidade de saber qual é o processo de definição da capa de um livro já publicado noutros mercados? 






Exercício contracapa

Olá! Deixo aqui a contracapa que fiz para o livro "O Mundo em que Vivi" de Ilse Losa. Mantive a capa original do livro publicado pela Porto Editora e tentei tornar a contracapa mais apelativa ao público jovem, tendo em conta que esta é uma leitura recomendada para o 8º ano. 




4.1. O editing – prós e contras

 


Outro dia alguém pediu-me para escrever uma pequena crónica de autoajuda e perguntou se queria que o texto fosse editado.

— Claro que quero!

— É que muita gente não quer…

— Pois... e é por isso que precisam de ler crónicas de autoajuda…

Editor é como vacina: é muito chato, dói e costuma causar reação, mas salva vidas (principalmente de escritores),

Entendo que as pessoas se achem as melhores e acreditem ter um domínio perfeito da língua, afinal há coisas que só se fazem com alguma dose de arrogância. O que não percebo é o porquê — já que está tudo tão perfeito — de não se ouvir o que o outro tem a dizer.

Publiquei recentemente um pequeno conto. Achava que estava bem escrito, mas recebi do revisor umas 259 sugestões de correções. Algumas eram sobre gralhas vergonhosas; outras — relacionadas a vírgulas e pontos — poderia ter discutido que não era bem assim; as últimas — muito poucas, nos diálogos — finquei o pé e disse fazia parte do meu estilo pessoal.

No fim, fiquei super feliz com o resultado.

Texto não é bebé de colo que precisa ser protegido, mas talvez o errado seja eu. Conheço quem tenha um apreço tal pelo que escreve que não permite que seja alterada uma vírgula. Sou daqueles que vê o texto como um charro, que passa de boca em boca e de mão em mão.

Além do mais, tudo na vida implica cedência. Como os The Black Eyed Peas já cantavam, you gotta meet me halfway.

E já tive textos meus recusados por editores. Um deles, em particular, sou grato pela recusa. A ideia estava boa, mas a execução péssima. Percebi que teria que o reescrever e o fiz. Espero publicá-lo no futuro.

A posição do editor também não é fácil, exatamente porque toda a gente se acha a melhor e acredita ter um domínio perfeito da língua. Também já tive que fazer leituras críticas e, quase sempre, a resposta é um esfriar de relações que se segue a um seco obrigado ou a um «pega a tua opinião e enfia no recto».

Não que eu tenha sido particularmente agressivo nas críticas ou tido alguma intenção de derrubar o pobre do escritor, mas parto do princípio que quando se pede a alguém uma leitura crítica, quer-se uma opinião crítica.

«Está uma maravilha, querido.» A gente só ouve da mãe e, mesmo assim, quando ela está bem disposta.

Às vezes fico a imaginar um desses editores que aceitam autores não publicados (o meu caso, infelizmente) e que têm que levar com duzentos manuscritos pessimamente escritos para encontrar aquele "um" que vale a pena.

Obviamente, estou a assumir que o meu é este "um"… mas pode ser que acabe por mandá-lo também "pegar a sua opinião e enfiá-la no recto" se ele disser que, afinal, estava nos outros duzentos.

Mas assumindo que sim, que o meu manuscrito tem qualidade suficiente para ser publicado, claro que quero um editor.

Obvi que quero ser revisado e claro que quero alguém que me dê dicas sobre frases que possam ser mais bem estruturadas ou parágrafos pouco compreensíveis. Talvez me indique uma ou outra coisa que possa ser eliminada. O que não sei é se queria o kindest cut do Gordon Lish. 

Quando um editor corta cinquenta páginas de um texto, até que ponto fui eu que escrevi? É a tentação de Fausto em que o editor é Mefistófeles e oferece a fama em troca da alma do texto.

E como tudo na vida tem dois lados, e se o editor for, na verdade, o joalheiro que irá lapidar o diamante bruto que é o meu texto para mostrar a sua verdadeira alma?

Anjo lapidador ou demónio interesseiro?

E tu? Queres que o teu texto seja editado?

terça-feira, 19 de outubro de 2021

Bibliotrónica Portuguesa

Fiquei a conhecer a Bibliotrónica Portuguesa quando frequentei a cadeira de Práticas da Redação e Argumentação na FLUL. É um projeto que oferece o acesso livre, gratuito e on-line de publicações em português (inéditas ou em domínio público). 

(Bibliotrónica Portuguesa (bibliotronicaportuguesa.pt)

Para além desta vertente, achei bastante interessante apresentar um Livro de Estilo e Curso de Estilo que "foram construídos para serem usados como um instrumento de consulta e treino por editores, ou editores em formação, e também por todos os que usem a língua portuguesa profissionalmente, que se preparem para o fazer ou que exijam de si próprios um domínio elevado da nossa língua escrita.". Podem encontrar também exercícios e respetivas soluções. Deixo-vos a ligação direta para o mesmo:

Livro de Estilo e Curso de Estilo - Bibliotrónica Portuguesa (bibliotronicaportuguesa.pt) 


Até quinta!

Patrícia Fernandes

Ex. Capa/Contracapa

Bom dia

Deixo aqui a minha tentativa para o exercício da aula de dia 7.  

Notas:

- Começando pela editora imaginária (ACE), são simplesmente as iniciais do meu nome que, em conjunto, me relembram (exato) do "Ace of Spades".
- "Times New Roman" é a minha tentativa humorística para com a frase "A New York Times' Best Seller" e para com outras avaliações deste tipo presentes na contracapa de um livro que, pessoalmente, não aprecio.



    



   



 

domingo, 17 de outubro de 2021

Ainda a propósito de capas

 
Segui a sugestão do Professor de ver que capas chamavam mais a atenção ao passar em livrarias.

Deixo aqui as duas que me prenderam os olhos em dias e locais diferentes. A primeira foi do livro "Comportamento" de Robert M. Sapolsky e o que me chamou foi o facto de ser branca no meio daquele monte de cores de livros. Creio que a simplicidade da capa é importante.

O segundo livro é de Margaret Atwood, "Os Testamentos". É uma continuação da sua premiada obra The Handmaid's Tale. O que me chamou a atenção foi de novo as cores da capa. Apenas duas ou 3 cores dando ar mais de um quadro abstracto moderno do que de um livro. Não sei se será a capa mais adequada em relação ao conteúdo mas cumpriu o seu objectivo de chamar a leitora.

Conclui-se que as cores são um factor relevante. Também o facto de não terem demasiada informação foi o que as fez destacar. O que acham destas capas?

E o que vos costuma chamar numa capa, que vos leve a pegar no livro?

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

 

Boa tarde, 

Venho por este meio partilhar o meu exercício da capa/contracapa, sugerido pelo professor. Decidi inspirar-me num dos meus livros preferidos, o romance O Grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald, e reproduzir a versão livro de bolso da Editora 11x17.

Uma vez que a versão de contracapa apresentada pela Editora 11x17 contém apenas a sinopse, escolhi criar uma nova capa e contracapa, aproveitando o respetivo resumo. Para a contracapa ficar mais completa, adicionei uma fotografia e a biografia do autor, um extrato da obra e duas críticas/comentários. 

Nota: Ambas as imagem de capa e a fotografia do autor foram tiradas da Internet.


Existindo a possibilidade de o ficheiro perder qualidade, deixo por escrito os elementos incluídos na contracapa: 

1. Extrato da obra

"Eu flutuava dentro e fora, simultaneamente encantado e repelido pela inesgotável variedade da vida." 

2. Sinopse 

Justamente considerada uma das mais importantes obras de ficção do século xx, O Grande Gatsby é um retrato notável da era dourada do jazz em toda a sua decadência e excessos. Pelos olhos do provinciano Nick Carraway, conhecemos a história do misterioso Jay Gatsby, um milionário que subiu na vida a pulso, movido pela paixão quixotesca que nutre pela jovem Daisy, uma rica herdeira bela e frívola. A sua obsessão por ela fá-lo reinventar-se para por fim poder reclamar a sua amada, numa autêntica encarnação do sonho americano. Porém, o reencontro de ambos acaba por desencadear uma série de acontecimentos trágicos, com Gatsby a ser vítima não apenas da sua ambição, mas da insensibilidade e falta de valores que imperam na sociedade americana da época. 

 

3. Críticas/comentários

 

"O que distingue Scott Fitzgerald é a capacidade de inventar uma personagem sem a descrever." (Expresso)

 

"A história de um homem que tenta em vão recuperar um amor de juventude, no qual transparece a nostalgia do velho Sonho americano de um novo mundo… Mais do que qualquer outro escritor da sua geração, Scott Fitzgerald retrata os anos que se seguiram à Primeira Guerra Mundial." (Jorge Luís Borges)

 

4. Fotografia do autor 














5. Biografia do autor 


Criado numa família da alta classe média, Francis Scott Fitzgerald nasceu em 1896, na cidade de St. Paul, Minnesota. Formado na Universidade de Princeton, Fitzgerald alistou-se no exército, tendo combatido na Primeira Guerra Mundial. Em 1920 publicou o seu primeiro romance, Este Lado do Paraíso e, cinco anos mais tarde, publica O Grande Gatsby.

 

Apaixonado pelo estilo de vida luxuoso das elites, Fitzgerald casou com Zelda Fitzgerald, passando a maior parte da sua vida em festas e viagens. Após a morte da sua mulher, F. Scott Fitzgerald torna-se um escritor de ensaios e crónicas, terminando os últimos anos da sua vida como argumentista de cinema em Hollywood. Encontrava-se a escrever O Último Magnata quando morreu, em 1940.

 

 

Bom fim de semana a todos!

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Exercício Capa/Contracapa




 

Boa tarde a todos,

 

Aqui deixo a capa e contracapa que desenvolvi para o exercício 2. Optei por realizar este projeto a partir de um livro que já se encontra editado, propondo então uma nova alternativa relativamente às que podemos já encontrar no mercado (pois o livro Contos Populares Portugueses encontra-se editado até por mais que uma editora). Para este projeto tentei desenvolver uma proposta que pudesse vir a suscitar a curiosidade de um público infantil e juvenil que já tivesse possivelmente ouvido as histórias, mas que não conhecesse a sua origem.


Sumário aula 3 (14/10)

Este era o pré-sumário (o plano, a constituição da República, aquilo que Mike Tyson diz que vai abaixo mal levamos o primeiro soco no nariz): 

1. Balanço do método da aula até agora

2. Discussão de algumas capas. O que fica melhor?

3. O editor bruto: quem é o rei? 

3.1. O caso Carver / Gordon Lish. Aqui. E aqui

E aqui. E aqui


Isto já é mais perto do que aconteceu: 

1. Balanço do método da aula até agora

2. Discussão de algumas capas. O que fica melhor?

3. O editor bruto: quem é o rei?    (abordámos levemente isto, mas tão levemente que muitos não teremos reparado)

4. Pessoalmente, adoro a simplicidade burgessa deste episódio de Scarface.

Nem de propósito, hoje vi este podcast, que creio de acesso livre: 

Guilherme Pires sobre edição de livros. Como “garantir que cada livro é a melhor versão de si próprio”?


4. 





 Boa tarde colegas e professor,

Deixo aqui a minha tentativa de contra-capa. O livro que escolhi foi o "Papel de Parede Amarelo", da Charlotte Perkins Gilman, que foi recentemente editado em português. Como penso que a capa da edição em português não fez justiça à obra (ainda que entendendo o conceito por trás dessa edição), escolhi fazer uma capa e contra-capa inspirada em várias versões que vi online do livro em inglês.

Aqui fica então: 



Prevendo que poderá perder-se na qualidade da imagem, aqui ficam os textos da contra capa:

Escrito em 1892, este pequeno conto relata os caminhos psicológicos que levam uma mulher sem nome à loucura, ou suposta loucura. Aquilo que deveriam ser umas férias relaxantes para o casal, torna-se numa batalha controladora e sofucante que não deixará o leitor indiferente.

“Se um médico com uma posição elevada e o próprio marido garantem a amigos e familiares que não há nada de errado, exceto uma depressão nervosa - com tendências histéricas - o que se pode fazer?”

Charlotte Perkins Gilman, nascida em 1860, foi uma sociologa, novelista e poetisa americana. Gilman foi considerada uma mulher à frente do seu tempo, devido às suas opiniões pouco ortodoxas e estilo de vida. É considerada um modelo a seguir por várias gerações de feministas. 
É conhecida pela sua obra semi-autobiográfica, O Papel de Parede Amarelo, que escreveu após uma depressão pós-parto grave.


Exercício 2 - Contracapa

 


    Entre os livros que tinha em casa sem contracapa, optei por fugir aos mais conhecidos e escolhi este que li há uns anos. O pequeno texto sobre a autora foi baseado no que já vinha dentro do livro. A sinopse e crítica escrevi e também inventei a editora. À semelhança dos colegas, utilizei o indesign, sendo que a lombada na verdade deveria ser maior mas já não cheguei a alterar, já que não era relevante neste exercício.

Junto os textos escritos na contracapa:

Autora:

Gaby Hauptmann nasceu na Alemanha em 1957. É jornalista, realizadora de cinema e autora de vários livros que se tornaram grandes sucessos no seu país e estão traduzidos em muitas línguas. Mulher procura homem impotente para relacionamento sério é um best seller.

Sinopse e crítica:

Curioso? Porque será que uma mulher procura um homem impotente para um relacionamento sério?

Este livro acompanha os pensamentos de uma mulher de 35 anos, atraente e bem sucedida, que põe um anúncio no jornal à procura de uma “cabeça masculina esclarecida”, com os requisitos “Inteligência e impotência”. A partir daí recebe várias respostas, combina encontros e tudo se desenrola até um surpreendente final.

Uma história inusitada, leve e divertida.
Uma escrita fluída, irónica e desinibida que revela os desejos femininos.
Uma leitura descontraída sobre o relacionamento entre homens e mulheres.
Um tema pertinente numa época em que as relações se guiam mais pelo sexo, do que pelo sentimento.
Um livro com mais de 1 350 000 exemplares vendidos, só na Alemanha.


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