sábado, 23 de outubro de 2021

Sumário ainda em esboço aula 4 (Tópicos), 21/10

O vídeo sobre o editor Gordona Lish que mostrei na aula antes do intervalo estava há uma semana neste blog....


Jogo Quem quer ir a Tóquio? A velha questão do «'Não tenho dinheiro/tempo/moro em Jassamá».

Uma das mais icónicas capas de discos (do tempo em que as capas dos LP em vinil eram importantes) é estupidamente simples. 



E o líder da banda (aliás, o único intelectual) tem uma autobiografia que recomendo cujo título é Anger is an energy. 


«Arrumarmos» bem as tarefas – pré-produção, produção, pós-produção – ajuda a trabalhar, como um storyboard a um filme. Não é preciso sermos rígidos, aliás nem sequer é possível, pois esta área está em permanente convulsão e movimento. As gavetas conceptuais ajudam a pensar – mas, se começarmos a endeusá-las, desajudam e até podem sufocar. 

O storyboard é importante para um filme porque é a fase onde, sem dinheiro (para além de tempo e salários, folhas de papel e canetas), podemos pré.parar o filme para a fase mesmo dispendiosa: câmaras, cenários, intérpretes, figurantes, cenário, decoração, aluguer de espaços (públicos ou armazéns), segurança, serviço de refeições, figurinos, assistentes, técnicos, seguranças etc.


Frases que ajudam a entender: «O editor é um representante do leitor junto do autor; e um advogado do autor junto do leitor.»

Nunca é demais sublinhar: a nossa cabeça lança vários barcos ao mar. É uma armada, um enxame, mais do que uma linha. A escrita é linear – esse é o trabalho editorial, de auto-edição e edição. Mas um rascunho segue o nosso pensamento, e nós nem sempre funcionamos limpinho: «Agora escrevo o capítulo um, depois o dois...» Daí a utilidade dos pontos: 2.1, 4.6... E de visualizarmos logo onde, no texto, vamos colocar esta ideia que acabámos de rabiscar. 

A quem se interessar pelo caso Sally Rooney/língua hebraica pode ver (entre muitas outras, é um caso com repercussão mundial) esta ligação.

Caso pessoal: fiz, a quente, um rascunho de uma ideia. Na verdade, não uma ideia, mais uma irritação, motivada por um comportamento que desaprovou nos meus concidadãos. Depois, foi fácil acrescentar mais entradas. Postei no FB e depois, em pânico porque a ideia era mesmo boa, perguntei ao JL se estavam interessados. Publicaram o rascunho e eu fiquei aliviado – publicada num jornal, a coisa estava mais protegida. (Isso não impediu que, por umas horas, quando enfim publiquei em livro em 2019, uma velha antipatia insinuasse que eu estava a plagiar um dos livros sobre o tema que, entretanto, estavam sendo publicados, pois entretanto a palavra fascismo voltou a estar na moda.) Isto dito, nunca me foi tão fácil escrever um livro, ao usar cada entrada como título de verbete. Ainda por cima um que teve sucesso comercial. Razão tinha John Lydon: a fúria é uma energia – e por vezes até maningue lucrativa.
 






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