A natureza da Edição - Uma atividade comercial ou cultural?

Boa tarde. Quando li o programa, a questão “A natureza da Edição - Uma atividade comercial ou cultural?” foi a que mais prendeu a minha atenção porque me recordou de temas que abordei na minha licenciatura em Jornalismo e Comunicação. Decidi, por isso, fazer uma breve comparação. 

 

Quando um individuo abre um jornal, espera ler uma notícia objetiva e confiável, escrita com base em factos confirmados pelo jornalista. Tal como o professor referiu na última aula, este é o contrato implícito na relação entre o jornalista e quem o lê. Para que tal seja possível, os jornais, que pertencem a empresas, precisam de lucrar. Assim é necessário recorrer a ferramentas que tornem os seus produtos mais apelativos ao consumidor.

 

Creio que o mesmo aconteça na edição. Quando compro um livro, espero estar a gastar o meu dinheiro num produto de qualidade. Tal acontece, porque também aqui existe um entendimento que me leva a acreditar que o texto que adquiri foi editado porque reúne características que fazem dele um bom livro.

 

Não posso, no entanto, esquecer que as editoras são também empresas que dependem de lucro para sobreviver. Percebo que, nesse sentido, a sobrevivência destas empresas dependa de edições cujas vendas se esperam elevadas, mesmo que não sejam considerados bons livros. Assim se obtém os fundos para se continuar a editar produtos de qualidade. 

 

Em suma, penso que apesar de a atividade editorial ter uma função cultural muito marcada, não é viável desassocia-la do seu lado comercial, porque dele depende a sua continuidade.