Proposta de tradução do poema “Cheers” de Raymond Carver
Saúde!
Vodka com um cheirinho a café. Todas as manhãs
penduro o sinal na porta:
FORA PARA ALMOÇO
Mas ninguém presta atenção; os meus amigos
olham para o sinal e,
por vezes, deixam-me pequenas notas,
ou então chamam – Vem cá para fora brincar,
Ray – mond.
Uma vez, o meu filho, esse sacana,
entrou e deixou-me um ovo colorido
e uma bengala.
Penso que bebeu um pouco da minha vodka.
E na semana passada a minha esposa apareceu
com uma lata de sopa de carne
e um pacote de lágrimas.
Ela bebeu também da minha vodka, creio,
e depois apressou-se a sair num carro estranho
com um homem que eu nunca tinha visto.
Eles não entendem; eu estou bem,
Simplesmente bem onde estou, porque qualquer dia
serei, serei, serei...
Eu pretendo levar todo o tempo do mundo,
considerar tudo, até milagres,
mas manter-me atento, sempre
mais cuidadoso, mais vigilante,
contra todos os que poderão pecar contra mim,
contra todos os que poderão roubar vodka,
contra todos os que poderão fazer-me mal.
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