quarta-feira, 27 de abril de 2022

O Casal do Aeroporto


Este foi difícil.

A versão original ficou muitíssimo melhor, odeio a rigidez do número de sílabas.

Foi-me impossível não usar a ideia do professor, mas concedo todo o crédito.

Versão Original

— Foi o vento, que seca. Não pude descolar.
Ele acende um cigarro.
Ela esfrega o pulso.
— Não te preocupes, fizeste bem em ligar.

Trocaram palavras vazias.
Ele lembrou-se de assistirem à Eurovisão.
Ela de um sexo maior do que pele e emoção,
E que a satisfazia.

Os seus olhos tocaram-se
As suas mãos, não.
Deixaram-se...

Sem se deixar.
— É tarde, preciso de ir.
— Fica bem. Mande-me mensagem quando aterrar.

Versão soneto rígido

— Foi o vento. Não pude descolar.
Seco, ele acende um cigarro.
Sem jeito, ela esfrega o pulso.
— De nada. Fizeste bem em ligar.

Juntos, trocaram palavras simples.
Ele lembrou-se do anel de zircão.
Ela de sexo, pele e emoção,
De acordar sem se sentir  reles.

Ali, os seus olhos tocaram-se
Mas algures, as suas mãos não.
Perdidos e tristes, deixaram-se...

Mas, na verdade, sem se deixar.
Ele diz. — É tarde preciso de ir
— Mande mensagem quando aterrar

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