terça-feira, 26 de abril de 2022

"Os Restos" | Um Soneto em Processo

Os Restos

Crepuscular Lídia de alma soprano
Frémito de céu, arisca alvorada
Uma mais tão só e desventurada
Fazendo-se ao horizonte o engano

Vertendo no leito ilusão malhada
Dos idos trejeitos de Marciano
Tal moça aguçada lancina o dano
Em feito de fel rastro de passada

Se é (cl)amar a fundo travar má sorte
Cisma Marciano em dó vespertino
Gozando a lembrança do terno corte

Sondada epiderme de (ó)dor cimbalino
Tropeço lampejo de paixão desnorte
Desfaz-se Lídia em rumor de destino


Jéssica L. Pires
(Versão Final)





(A)mar a mártir


Crepúsculo em Lídia de alma soprano
Frémito de céu, fugida alvorada
Mais uma tão só e desventurada
Quebrando no horizonte o engano

Vertida no leito ilusão malhada
Dos idos trejeitos de Marciano
A alma resseca já findo um ano
Em quem faz do fel lugar de passagem

(Pois se amar a fundo não trava a morte
Mais sacro o sadio credo matutino 
Urde de lirismo o abandono à sorte)

Soldado epiderme de tom cimbalino
Sem conhecer onde firmava a sorte
Desfez sua Lídia em parco destino


(Uma das versões intermédias)





Lídia ida

Lídia-luz voz de soprano
Embebida de alvorada
Moça só, desventurada
Fez-se à noite no engano

Pele e alma couraçada
Partiu rumo a Marciano
A galope posto um ano
Febre e fogo na passada

Que o silêncio alcaçuz
Na palavra e no andar
Talha sombra em Lídia-luz

E não há como esperar
Quando o som da sua cruz
É sonata ao luar


(Versão inicial)

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