sexta-feira, 22 de abril de 2022

Versões do Soneto

 O COELHINHO ANSIOSO

De Olavo Rodrigues

Versão I

Eu sou um coelhinho saltitão,

Que de tanto pular 

E de tanto observar 

Tenho sempre na boca o coração.


O raposo Gastão

Não para de me emboscar 

Fico sempre a recear

E não consigo viver são.


Ai, que ele me caça!

Vi um vulto nos arbustos

Não sei o que faça.


Um coelho não descansa dois minutos

Há sempre uma trapaça

E só sobrevivem os argutos.


Versão II

Sou um coelhinho saltitão

E de tanto pular 

De tanto observar

Tenho sempre na boca o coração.


O raposo Gastão

Não para de me emboscar

Receio sempre quinar 

E não consigo viver são.


Ai, que ele me caça!

Vi um vulto nos arbustos 

Não sei o que faça!


Não se descansa nem dois minutos

Visto que há sempre uma trapaça

E só sobrevivem os mais argutos.


Versão III

Eu sou um coelhinho saltitão

Passo muito tempo a pular 

E mais ainda a escutar, 

Vindo-me à boca o coração.


O maldito do raposo Gastão

Nunca para de me emboscar 

Meu medo não cessa de gritar

E não é possível viver são.


Ai, que ele me caça!

Vi um vulto nos arbustos 

Não sei o que faça!


Não descanso nem dois minutos,

Visto que há sempre uma trapaça

E só sobrevivem os mais argutos.

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