domingo, 24 de abril de 2022

Soneto


Gonçalo Dias

Versão Inicial

 

No tempo de outrora, naquele lugar,

Senti um súbito desejo de ser mais.

Mais que esses que chegam a ser demais,

Sem nunca esse estado alcançar.

 

Procurei.... Procurei em partes tais

Que na ânsia de o segredo desvendar,

Fiquei preso, apenas a vislumbrar...

E pensei que seriam os esforços finais. 

 

Ao procurar estava preso, encalhado,

Nada naquele momento mudou. 

Eu, no meu espírito sempre: cansado.

 

Porém, na noite em que a busca cessou,

O meu coração despedaçado...

O mais que procurava finalmente encontrou.

 

Versão Intermédia

 

No tempo de outrora, noutro lugar,

Senti um súbito desejo de ser mais.

Mais que aqueles que são demais

Sem nunca tal estado alcançar.

 

Procurei.... Procurei em partes tais,

Que na ânsia de o segredo desvendar

Fiquei preso, apenas a vislumbrar...

E pensei que seriam as diligências finais. 

 

Ao procurar estava cativo, encarcerado

Nada naquele momento mudou. 

Eu, no meu espírito sempre: estafado.

 

Porém, na noite em que a busca cessou

O meu coração despedaçado...

O mais que procurava finalmente encontrou.

 

Versão Final

 

No tempo de outrora, noutro lugar,

Senti um brusco desejo de ser mais.

Mais que aqueles homens que são demais

Sem nunca tal condição conquistar.

 

Procurei.... Procurei em partes tais,

Que na ânsia de o segredo desvendar

Fiquei preso, apenas a vislumbrar...

Seriam as diligências finais?

 

No esforço achei-me encarcerado,

Nada naquele momento mudou. 

Eu, no meu espírito sempre: estafado.

 

Porém, na noite em que a busca cessou,

O meu coração despedaçado...

O mais que procurava encontrou.

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