segunda-feira, 27 de setembro de 2021

5. O caso da ameaça eletrónica

Ao refletir acerca da entrada 5 do programa – O caso da ameaça eletrónica – e tendo sido também um assunto tocado na aula passada, decidi partilhar a reportagem da RTP intitulada “Escritores, Editores e Plataformas Digitais”, que foca a forma como as plataformas digitais têm vindo a alterar o trabalho das editoras, das livrarias e até dos próprios escritores.


A disponibilização online dos livros levou a alterações substanciais no mercado editorial, na indústria livreira e na forma como os autores trabalham. A digitalização do suporte forçou o mercado a reorganizar-se e obrigou à redefinição de papéis. Assim sendo, a reportagem foca as mudanças a que os editores e as livrarias se tiveram de submeter de forma a acompanharem os tempos, modernizando-se, e passando também por temas como a aparente independência do autor face ao editor.


Com o eBook e a imensidão de plataformas digitais de partilha de livros, os autores passam a ter a oportunidade de disponibilizar diretamente as suas obras ao leitor, o que acarreta vantagens e desvantagens, novas oportunidades e grandes riscos (como o caso do artigo de Pedro Girão). Assim, o papel do editor tem vindo a alterar-se. Agora, os autores ganharam uma nova (aparente?) independência, sem que as suas obras tenham necessariamente de passar pela mão do editor: qualquer um pode vender o seu eBook em plataformas como a Amazon, iTunes ou Kobo, deixando de existir crivo. 


Atualmente, existem versões digitais de tudo, porém o eBook não substituiu ainda o livro impresso e penso que dificilmente o fará. O mercado é dependente deste último e é daí que os autores e os editores retiram grande parte dos seus lucros. Se pensarmos em casos concretos, a brutal afluência à Feira do Livro, como se verificou este ano, comprova esta tese. O prazer de comprar, cheirar e folhear um livro ainda não foi superado pelo digital. Não obstante, o eBook tem múltiplas vantagens como a acessibilidade e, em muitos casos, a gratuitidade. 


Posto isto, tem indubitavelmente existido uma progressiva democratização do livro, um cenário aparentemente ideal, mas sujeito a riscos. Qualquer um possui um tablet ou um smartphone, podendo, consequentemente, aceder a milhares de obras. Claramente, este fácil e alargado acesso altera o comportamento do consumidor, o que faz com que os editores procurem que o livro se adeque às necessidades daquele e, dessa forma, as editoras têm de se reinventar e modernizar, já que é o leitor quem impõe essas alterações. Contudo, a essência do livro será sempre uma boa história, independentemente do formato. 








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